Responder ou Reagir?



Responder ou Reagir?
A diferença que pode salvar uma vida
Viktor Frankl foi um psiquiatra austríaco que sobreviveu a quatro campos de concentração. Aprendemos com ele que, em casos extremos, saber responder pode ser a diferença entre a vida e a morte.
"Pode-se privar a pessoa de tudo, menos da liberdade última de assumir uma atitude alternativa frente às condições dadas."
"O que é, então, um ser humano? É o ser que sempre decide o que ele é."
Quando uma circunstância se apresenta, temos sempre a liberdade de escolher como interpretar e como responder.
Uma liberdade da qual esquecemos. E então reagimos.
Mas o que significa isso na vida prática?
Como diferenciar entre reação e resposta?
Como recuperar essa liberdade tão fundamental que temos?
Primeiro quero dizer que ninguém deve se sentir culpado por descobrir que vive uma vida reagindo.
O "normal" nos leva a isso. É "normal" agir assim.
É "normal" acordar de manhã e abrir o celular ainda na cama.
O mundo dita o que está acontecendo no mundo. E você reage.
Considerando que uma pessoa hoje recebe mais informações em 1 dia do que qualquer pessoa de 200 anos atrás recebia durante uma vida inteira;
…e considerando que nossa biologia não evoluiu tão rápido para se adaptar a isso;
…seu coração já está em estado de alerta antes mesmo de você pensar no dia que tem pela frente.
Só por isso a gente já consegue entender a "epidemia" de ansiedade que está pelo mundo todo.
E é aí que entra a necessidade urgente de aprender a responder.
A diferença primordial entre reagir e responder é a pausa.
Mais essencialmente, é a pausa que permite você refletir "o que isso significa para mim?"
O significado que damos às coisas determina o que as coisas são para nós.
Uma romã é uma romã igual pra todo mundo?
Pra uns é a lembrança do quintal da infância. Pra outros, é uma simpatia na carteira. Pra outros, ainda, é Perséfone e o submundo.
Dependendo do significado que damos, as coisas podem ser seguras ou ameaçadoras. E podemos responder de acordo com o que definimos para elas.
Na reação não existe a pausa.
Na reação, entramos em automatismo. E aí, o que quer que saia de nós vem de um registro subconsciente de experiências anteriores. Normalmente em forma de defesa a uma ameaça que nem existe.
Quem nunca se afundou em uma discussão em que as duas partes estavam gritando a partir dos seus medos?
E a ferida no relacionamento que isso causa? (Como uma folha amassada que nunca mais perde suas marcas.)
O que é reativo não é construtivo.
A resposta, por outro lado, vem da pausa.
A pausa permite que você se mantenha em estado de calma - e não vá automaticamente para o estado de se sentir ameaçada.
A calma permite que o que sai de você em resposta ao estímulo externo possa vir de um lugar de consciência e compreensão.
Quando nos perguntamos "o que isso significa para mim?", podemos perceber se estamos sendo ameaçados de verdade, ou se a situação é só… diferente.
A pausa permite que a gente se mantenha com o organismo em estado de criação, e não de sobrevivência.
Isso faz com que nosso cérebro seja irrigado. E nós ficamos, literalmente, mais inteligentes.
Qual é o efeito que isso pode ter nos seus relacionamentos? E na sua vida toda?
O detalhe é que, como o mundo está ao contrário, aprendemos muito como reagir. E muito pouco como responder.
Aprendemos a fazer, fazer e fazer. E fazer um pouco mais. Sem pausas.
Tem gente, muita gente!, que até acredita que "não consegue" tirar pausas.
Como se as pausas não fossem uma coisa 100% natural dentro do organismo de todo ser vivo.
Inspira. Pausa. Expira. Pausa.
(Valorize as pausas que seu corpo já faz.)
Mas, no nosso caso, treinamos por muito tempo a estar desalinhadas da nossa Natureza. Então precisamos treinar para estar de volta ao que é natural.
E a gente treina a pausa como treina a natação.
Se você esperou para aprender a nadar quando o barco afundou no meio do mar, você esperou até tarde demais.
A natação é praticada no raso, quando você não precisa. Quando 'nem faz sentido'. Quando sua mente está dizendo 'mas você tem tanta coisa útil que precisa fazer pra ontem, você nem deveria estar aqui' e você se mantém mais firme do que a tagarelice interna.
Na natação, é essa prática quando você não precisa que pode salvar sua vida.
A pausa também deve ser praticada nos dias calmos, nos dias alegres, quando você 'não precisa'.
E é a prática que vai fazer com que, em qualquer momento da vida, mesmo aquele imperdoável, você possa pausar, refletir e responder. Construtivamente.
Comece pelo simples:
Inspira. Pausa. Expira. Pausa.
E não deixe de aproveitar as chances de se aprofundar.
Bora Plantar Luz?!
Turi
P.S.
Você pode gostar de conhecer o workshop Pausas para a Natureza para se aprofundar.
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